Foto: Rafael Menezes
A Operação Maturin foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) no dia 3 de agosto, com prisões e apreensões em algumas cidades da região e fora do Estado. Foram cerca de 15 pessoas presas em Santa Maria, envolvidas com tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A equipe responsável pela investigação tem o prazo de 30 dias para analisar as provas e finalizar o inquérito. Neste momento, as prisões temporárias e preventivas solicitadas, além do sequestro de bens e as apreensões são estudadas.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Leonei Mauri Moura, seis pedidos de prisões temporárias haviam sido decretadas, sendo cinco deles cumpridos. Desse número, quatro já estão em liberdade, pois seus advogados solicitaram habeas corpus, enquanto o último está com o pedido sob análise. A prisão temporária decretada tem o prazo máximo de 30 dias.
– Em relação às prisões preventivas, não tenho conhecimento, até o momento, de que algum foi posto em liberdade – afirma o delegado.
Entre as prisões preventivas, uma delas teve o pedido feito pela Delegacia da Polícia Federal de Campinas, em São Paulo, por tráfico internacional de drogas. O acusado, popularmente conhecido como Nicão, foi candidato a vereador pelo PDT nas eleições municipais de 2016 e a deputado federal pelo Solidariedade no pleito eleitoral do ano passado. Ele consta como sócio nas distribuidoras de bebidas que seriam usadas para lavar o dinheiro do tráfico. Por isso, foi indiciado por associação para o tráfico e lavagem do dinheiro. Ele está na Penitenciária Estadual de Santa Maria.
Em relação ao sequestro de bens, os quatro estabelecimentos comerciais envolvidos no esquema seguem fechados, sendo três distribuidoras e um mercado.
– Outros objetos apreendidos, como celulares, por exemplo, estão sendo estudados. Dele, podem surgir pistas para outras pessoas que possam estar envolvidas ou até mais informações sobre o que essa organização fazia, de forma mais detalhada. Por isso, pode ser que uma complementação dessa operação seja feita posteriormente – esclarece Moura.
Além disso, o delegado afirma que novos elementos estão sendo buscados nestes materiais apreendidos, para que as acusações sejam reforçadas. Esses equipamentos que estão passando por investigação foram apreendidos nas residências dos acusados e nos estabelecimentos que foram fechados.
Outros acusados
O advogado Jerônimo Martins, acusado de ter ligação com o grupo, foi preso no dia 3 de agosto e estava no Presídio Estadual de Santa Maria. Cinco dias depois, seus advogados Christiano Pretto e Marco Aurélio Júnior, tiveram o pedido de habeas corpus deferido pelo Tribunal de Justiça do Estado. Com isso, ele responde por associação ao tráfico em liberdade.
Outras cinco pessoas acusadas de integrarem a organização criminosa seriam de uma mesma família. Neste caso, Gabriel Mathias, de 24 anos, acusado de ser o líder do grupo em Santa Maria, seu pai, sua mãe, um tio e uma tia. Representadas pelo advogado Flavico Barreiro, todos tiveram suas prisões preventivas decretadas. Ele também representaria mais outras duas pessoas, que não foram identificadas.
Leia mais:
- Operação Maturin: cinco pessoas de uma mesma família estariam presas envolvidas na organização criminosa
- Operação da PF desarticula organização criminosa que movimentava R$ 2,5 milhões em empresas de fachada